Após anos sem devida manutenção, extintores de unidades de saúde do DF serão trocados
Secretaria de Economia vai abrir pregão para trocar esses equipamentos de segurança em todos os órgãos do DF
O incêndio no Hospital Federal de Bonsucesso, na zona norte do Rio de Janeiro (RJ), que até agora matou quatro pessoas, alerta para um problema que se arrasta há anos no Distrito Federal: os extintores de incêndio nas unidades de saúde estão fora do prazo de validade ou precisam de recarga.https://d-8045975303293316849.ampproject.net/2010132225002/frame.html
Segundo a Secretaria de Saúde (SES), a pasta aguarda a abertura de processo de licitação por parte da Secretaria de Economia para trocar o que restava dos extintores defeituosos. O governo prevê a publicação do edital para pregão na edição desta sexta-feira (30/10) do Diário Oficial do DF (DODF). O texto, garante a pasta, já está pronto.
A licitação vai contemplar todos os órgãos do Governo do Distrito Federal (GDF) na substituição e recargas de extintores. Segundo a SES, até agora, foram substituídos 760 extintores e 199, recarregados nas unidades de saúde
Problema persistente
Em 2 de outubro, a Justiça determinou a troca dos extintores de incêndio das unidades de saúde do Distrito Federal no prazo de 60 dias. A determinação ocorreu após ação movida pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).
Conforme matéria publicada pelo Metrópoles em janeiro, várias unidades de saúde e hospitais em todo o Distrito Federal estavam com os extintores de incêndio vencidos havia cinco anos. Dos 2 mil equipamentos de combate ao fogo, mais de 80% careciam de substituição. A falha não era novidade, já tendo sido divulgada pelo portal em 2019, e a renovação se arrastava, mesmo após cobranças do MPDFT.
No entendimento do presidente do Conselho Regional de Medicina do DF (CRM-DF), Farid Buitrago Sánchez, a crise dos extintores é inflamada por falhas na gestão.
“Falta treinamento das equipes para saber o que fazer em uma situação de incêndio, de desastre. Ninguém sabe como tratar os pacientes, para onde levá-los”, argumentou.
Para o médico, outra fragilidade da rede é a ausência de um hospital de retaguarda para a transferência de pessoas internadas, especialmente nos casos delicados e dos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI).
“Ninguém espera que aconteça uma tragédia. Mas as pessoas deveriam se preparar para desastres, como fazem em aeroportos e escolas dos Estados Unidos. O treinamento em dias de simulação faz a diferença entre salvar e perder uma vida. Muitas pessoas faleceram no Rio porque ninguém sabia o que fazer”, disse o presidente do CRM-DF.